A população negra sofre historicamente com descaso institucional, político, social e cultural no Brasil desde a conformação da colônia baseada na exploração do trabalho escravo. Contudo, não se trata de um problema exclusivo ou específico de nosso país, tendo em vista, por exemplo, casos de racismo contra negros como a morte de George Floyd nos Estados Unidos e a consequente mobilização popular “Black lives matter” (vidas negras importam) e os inúmeros ataques racistas sofridos pelo jogador de futebol brasileiro Vinicius Junior em jogos na Espanha, a despeito de sua qualidade técnica no exercício de sua profissão.
O filósofo contemporâneo Achille Mbembe, inclusive, denuncia que aos negros cabe a necropolítica, forma de gestão do Estado que invisibiliza demandas dessa população a ponto de provocar sua morte simbólica e cidadã, culminando em seu apagamento e potencial morte física.
Nos reportando novamente à realidade nacional, em termos sociais e políticos vivenciamos atualmente o período de maior atenção à população negra, já que desde 2023 temos no Governo Federal o Ministério da Igualdade Racial, sob responsabilidade de Anielle Franco, mulher, negra, periférica e irmã da vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada em 2018 por questões políticas.
Tendo em vista que você está em seu processo final de formação em Serviço Social e o recente reconhecimento da importância de assistentes sociais à educação básica no texto da Lei nº 13.935/2019, imagine a seguinte situação hipotética:
Em decorrência do anúncio de que o Governo Federal abrirá 100 novos institutos federais tecnológicos para oferta de cursos superiores de graduação, ocorrerá em seu estado uma audiência pública para discutir a viabilidade e necessidade de implementação de políticas de cotas raciais e você foi convidado/a a compor uma mesa que conduzirá o debate.
Sua participação é considerada crucial para fornecer uma perspectiva técnica e social sobre a importância dessa política afirmativa e espera-se que, em sua argumentação, você responda a três perguntas:
1 - Quais os argumentos históricos nos quais se baseiam as políticas afirmativas de modo geral?
2 - Por que é necessário reduzir a desigualdade de acesso ao ensino superior no Brasil?
3 - Em que medida as políticas afirmativas de cotas atendem à busca constitucional pela equidade e não devem ser tratadas como institucionalização de preconceito?
Para estruturar sua fala na audiência pública, sua resposta deve ser fundamentada em uma leitura interpretativa dos conteúdos abordados na segunda unidade do material didático da disciplina de “Tópicos Especiais”, que trata das relações étnico-raciais, assim como na leitura complementar intitulada “10 mitos sobre as cotas”. Lembre-se de incluir referências ao fim do texto, como se estivesse dialogando com a população presente na audiência pública.
PARADISO, Silvio Ruiz. Tópicos Especiais (Serviço Social). Maringá/PR: Unicesumar, 2017
Atenção estudantes!
O MAPA deve ser elaborado em formato de texto corrido e deve estar de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além disso, deve ter no mínimo 02 (duas) e no máximo 03 (três) páginas.
Bom trabalho!