Na antiguidade clássica, a educação era considerada fundamental, de valor, porém, não para todos. O educar com o conhecimento mais elaborado, discutir as grandes questões humanas, era para os filhos dos homens livres, por sinal, mesmo entre estes, para os mais abastados. Os ofícios da vida comum, para os homens livres e mesmo para alguns escravos se dava na prática do trabalho, no cotidiano. Deve-se aprender o ofício dos pais, ser o que eles são, reproduzir a vida que as gerações que nos antecederam tiveram em seus ofícios. O que isso significava? Que o filho do artesão seria artesão, o do camponês seria camponês. O filho do marinheiro tinha todas as possibilidades de se tornar marinheiro, e assim a vida caminhava. Contudo, aqueles que eram os filhos dos homens de posses, dos grandes proprietários de terra, das empresas mercantis, os homens do poder e da política, seriam educados pelos melhores professores que fosse possível obter. Neste caso, muitos dos educadores eram os sofistas, pessoas que eram habilidosos em lógica, em oratória. Reproduziam com maestria os valores de Atenas. Tinham uma prática de educar no domínio de conhecimentos superficiais ou necessários para a vida do homem público. Sócrates criticava os sofistas, uma de suas críticas era porque eles cobravam por educar, o que Sócrates jamais fez, ele não tinha a intenção de reproduzir os valores, mas de questioná-los. Demonstrar a capacidade humana de conhecer o mundo além da aparência, o que Platão, seu discípulo, deu continuidade.
No Brasil, atualmente, temos uma educação que se apresenta para todos, falamos da democracia no acesso à escola. Consideramos que a educação institucionalizada, os períodos regulares da formação, do ensino fundamental, médio e superior, estão disponíveis a todos, uma educação que se diz gratuita. Claro que a educação em nossos dias tem características distintas do que aquela exercida na Grécia Antiga. A nossa sociedade tem uma complexidade que faz da educação uma condição necessária para a permanência da nossa ordem e se fundamenta em uma rede complexa de funções que exigem especialidades. Além de formações com inovações em inúmero setores e novos que surgem.
Nossa educação é fundada em um conhecimento científico de diversos campos de saber que se ampliaram, se multiplicaram e tornaram a formação humana mais diversificada. Literalmente, em nossa sociedade, não se pode “abraçar o mundo com as pernas”, ou melhor dizendo, todo o conhecimento com uma só mente. Porém, é preciso retomar a questão. Mesmo sendo uma educação que afirma para todos, o acesso à escola no Brasil cumpre o seu papel? Podemos considerar que realmente há uma educação democrática?
Considerando o questionamento acima, faça um texto dissertativo e argumentativo (20 a 30 linhas) usando elementos históricos e filosóficos sobre o papel que a escola exerce no país, apontando os aspectos de uma educação que se coloca institucionalmente ampla e democrática, mas que na prática educacional, no dia a dia do fazer a educação, não consegue realizar esta função.
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