Atualmente, o milho é o cereal mais produzido no mundo, com cerca de 1,0  bilhão de toneladas, o que representa 40% da produção mundial total de cereais. Somente três países, sendo eles: Estados Unidos da América, China e Brasil, detêm 60% do total da produção mundial de milho. De certa forma, isto não representa uma concentração extrema de mercado, mas é preocupante, se pensarmos em dois fatores relevantes: 1) a China não se configura como grande exportador, tendo em vista que o milho que produz não é suficiente para atender a sua demanda interna; 2) as últimas revisões da Política Agrícola Norte-Americana (conhecida como Farm BillI) têm direcionado os subsídios para a transformação da matéria-prima em etanol, ou seja, para uma finalidade não alimentar. Assim, destes principais produtores, somente o Brasil se configura como fornecedor de matéria-prima (milho) com conotação alimentar. É válido expor que, em uma situação onde poucos países produzem uma commodity, a formação dos preços se torna bastante volátil.

A soja foi introduzida comercialmente no Brasil na década de 1960, no Rio Grande do Sul e, nos últimos 50 anos, expandiu-se para todas as regiões do país. Destaca-se seu crescimento nos cerrados do Centro-Oeste e, mais recentemente, para regiões do Norte e Nordeste (MATOPIBA), seguindo os caminhos da migração rural-rural de empreendedores, muitos pequenos produtores. A soja é a mais importante cultura agrícola do Brasil, em termos de valor da produção. Abastece o mercado interno com óleo comestível e para produção de biodiesel, com farelo na produção de suínos e aves, e contribui fortemente para a geração de divisas via exportação. Projeções indicam crescimento acentuado da demanda mundial, principalmente na Ásia, tornando-se uma excelente oportunidade de negócios para o Brasil. Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda apresenta desafios como: inovação tecnológica para a soja no Brasil, como agenda para as instituições de pesquisa agrícola, particularmente para o Embrapa, desafios de ordem fitossanitária (ferrugem da soja, percevejos, nematoides e plantas invasoras resistentes a herbicidas); de manejo do solo; de tolerância à seca; de aumento da produtividade, entre outros.

Para um gestor de agronegócio, compreender conceitos financeiros e o comportamento das exportações é essencial para o desempenho de sua atuação profissional. Todos os anos o agronegócio brasileiro registra exportações recordes com movimentações grandiosas. Estar antenado sobre este assunto, sobre taxas de juros e análises de mercado permite decisões de investimento mais precisas, planejamento financeiro eficiente e adaptações, estratégicas que maximizam o desempenho e mitigam riscos no mercado internacional. Diante disso, leia o relatório do Cepea, citado anteriormente, e desenvolva as seguintes atividades: (A) Apresente os dados dos três principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro em 2023. Qual a participação total desses destinos no valor das exportações brasileiras em 2023?

Em 2023, o agronegócio brasileiro atingiu mais um recorde de faturamento em dólar. O valor acumulado das vendas externas do setor ultrapassou os US$ 166 bilhões, alta de 4,2% em relação a 2022. Esse resultado foi possível devido ao significativo crescimento da oferta de grãos (de aproximadamente 18%), que, por sua vez, puxou também o volume de produtos agropecuários, que cresceu mais de 18% nesse período. O preço médio real em Reais caiu 9,6%, em decorrência da leve desvalorização de 0,27% da moeda nacional frente ao dólar norte-americano, em termos reais. Com isso, o faturamento em Reais superou o em dólar, com alta de 4,5%. Os produtos com maior taxa de crescimento do volume exportado foram os grãos: milho (+29,4%) e soja (+29,4); as carnes suína (+9,2%) e de frango (+7,7%); o açúcar (+13,2%); além de óleo de soja (+4,8%) e farelo de soja (+6,3%). Em relação aos preços em dólar, houve alta para açúcar (+13,2%), suco de laranja (+16,1%) e frutas (+16,6%).
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